“A ANPR tem uma história rica e belíssima. Ajudou a construir esse perfil admirado de Ministério Público defensor da democracia e da sociedade, em nosso país. Trata-se de uma associação respeitada e admirada, no Brasil e, até mesmo no exterior, não apenas com objetivos meramente corporativos, mas também como uma entidade que se tornou referência de equilíbrio, seriedade e qualificação nas manifestações e posicionamentos apresentados publicamente durante os anos”.
É assim que o procurador regional da República Fábio George Cruz da Nóbrega resume quase cinco décadas de atuação da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). A fala é não só de um membro do Ministério Público Federal (MPF) e associado, mas de quem presidiu a associação de 2019 a 2021. E com um detalhe. Durante a gestão, ele enfrentou não só os desafios inerentes ao cargo, mas as dificuldades impostas pela maior crise sanitária que assolou o mundo. Dez meses após assumir o cargo, foi decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a pandemia da Covid-19.
“Muitos colegas adoeceram, física e mentalmente. Perdemos, para a Covid-19, muitos associados. Foi um tempo de apreensão, medo, tristeza, luto coletivo, que demandou muito espírito de solidariedade e resiliência por parte de toda a diretoria. Tempo para nos fortalecermos espiritualmente, buscarmos exercer a empatia, diariamente. Tempo de acolher, cuidar, estar à disposição, para podermos minimizar a dor, o sofrimento, as apreensões, enfim, de todos os associados”, relembra.
Apesar das turbulências, o ex- presidente destacou que a ANPR não cruzou o braços e, ao contrário, uniu esforços e atuou intensamente em defesa da carreira, bem como em situações que colegas tiveram direitos violados. Nesse sentido, a atuação da entidade foi importante em casos que tramitaram no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e no Judiciário.
“Tivemos que nos desdobrar para fazer o acompanhamento individual de todos os casos, conversar com os relatores e o corregedor, sustentar oralmente, apresentar memoriais, reforçar o apoio com a presença de advogados, até mesmo ir ao STF, por várias vezes, na defesa de prerrogativas violadas, direitos não garantidos e até de atos de perseguição. Certamente, foi um dos períodos de maior atuação da entidade na defesa de colegas representados pelo exercício regular e independente de nossas funções”, explicou Fábio George.
De acordo com ex-presidente, estar à frente da entidade representativa da carreira é uma “experiência única”, que exige esforço permanente e dedicação integral em favor de uma classe. E foi diante da preocupação de estar presente e atenta às demandas de cada associado, que a ANPR surgiu como uma entidade não só debruçada para atender ao membro do MPF, mas para acolher o ser humano.
“Foi um tempo de apreensão, medo, tristeza, luto coletivo, que demandou muito espírito de solidariedade e resiliência por parte de toda a diretoria. Tempo para nos fortalecermos espiritualmente, buscarmos exercer a empatia, diariamente. Tempo de acolher, cuidar, estar à disposição, para podermos minimizar a dor".