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ANPR defende o ciclo completo em audiência na Câmara dos Deputados

Nesta quinta-feira, 25, o presidente da ANPR, José Robalinho Cavalcanti, participou de audiência pública na CPI da Violência Contra Jovens Negros e Pobres da Câmara dos Deputados. Para especialistas, o ciclo completo de polícia pode ajudar a reduzir os índices de criminalidade.

Robalinho integrou a terceira mesa de discussões e lembrou que hoje completa-se dois anos da derrubada da PEC 37/2011 – que pretendia retirar o poder de investigação do MP. “Os que são contrários ao ciclo completo são os que defendem o mesmo conservadorismo ultrapassado da PEC 37”, salientou ele.

O presidente da ANPR defendeu o trabalho técnico das polícias e reiterou que o modelo atual é ineficiente e não atende os anseios da sociedade. “É uma estrutura burocrática e lenta. O ciclo completo é o caminho para que a impunidade não enfraqueça o estado democrático de direito”, disse.

Para Robalinho, a Polícia Civil deve se concentrar nos crimes que realmente demandam investigação. Ele lembrou que menos de 10% dos municípios brasileiros têm delegacia de Polícia Civil. "Quem está na rua é a PM. Esta polícia tem que ter preparo para conduzir a coleta de provas”, completou.

O ciclo completo foi defendido pela maioria dos debatedores. O vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal, Renato Rincon, ponderou que o tema deve ser discutido de forma ampla, uma vez que as polícias brasileiras se compõem de diferentes cargos, e a investigação criminal se dá de forma disciplinar. Em sua avaliação, alguns cargos precisam de autonomia para cumprir sua tarefa com eficiência.

Também favorável à implementação do modelo, o presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), Jânio Bosco Gandra, defendeu a reestruturação dos órgãos de segurança pública.

O presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal, Marcos Leôncio Ribeiro, posicionou-se contrariamente. "Uma polícia não pode estar nas ruas e, ao mesmo tempo, fazer investigação. Fazer patrulha não se confunde com atividade investigativa. Atividade investigativa requer tempo, especialização, dedicação total", disse.

O colegiado deve apresentar, ao final de seus trabalhos, uma proposta que preveja o ciclo completo de polícia nas corporações brasileiras. A ideia é permitir que uma única corporação policial possa executar as atividades repressivas, de investigação criminal e de prevenção aos delitos e manutenção da ordem pública.

Com informações da Agência Câmara.

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