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ANPR Mulheres entrega ao PGR propostas para a equidade de gênero no MPF

ANPR Mulheres entrega ao PGR proposta para a equidade de gênero no MPF

Nesta segunda-feira (14), a ANPR Mulheres deu mais um passo para assegurar a efetiva promoção da equidade de gênero no Ministério Público Federal (MPF). A comissão entregou ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a “Carta ANPR Mulheres”, que reúne uma série de propostas que requerem da instituição uma atenção especial às demandas femininas e a implementação de uma política de diversidade.

A pauta não é recente, resulta de problemas enfrentados pelas procuradoras que chegaram ao conhecimento da comissão e de debates realizados ao longo do ano passado, como explicou a vice-presidente da ANPR, procuradora Ana Carolina Alves Araújo Roman, durante a conversa com o chefe do MPU e do MPF.

"A culminância dessas reuniões foi no dia 8 de março, quando nós terminamos de fazer essa construção coletiva, que resultou nesta carta. O procurador-geral foi bastante receptivo às propostas. Ele colocou a chefe de gabinete e a secretária-geral à disposição para conversarem conosco, minuciosamente, sobre cada questão levantada”, explicou.

O documento enumera 9 eixos considerados urgentes pela comissão:

1) Fortalecimento do Comitê para Equidade de Gênero e Raça;

2) Revisão e devida aplicação da Portaria PGR/MPF nº 819/2020, que trata das hipóteses de residência fora de sede;

3) Inclusão de hipóteses de residência fora da sede como medida de equidade de gênero que incentive as promoções de procuradoras;

4) Transparência nas decisões administrativas de residência fora da sede, mantendo as públicas quando não houver hipótese legal de restrição de visibilidade ou registrando-se decisão pública que apresente os motivos da restrição.

5) Realização de debates sobre reestruturação da carreira também sob a perspectiva de gênero;

6) Adoção de medidas de equidade de gênero com recorte racial;

7) Previsão normativa que vede qualquer tipo de compensação compulsória por funções não exercidas pelas procuradoras durante o período a licença maternidade;

8) Fomento a eventos, campanhas e capacitações sobre o tema;

9) Criação de uma comissão especializada em gênero para orientar sobre temas relacionados a pleitos administrativos das associadas.

Todas as propostas são consideradas importantes e urgentes, no entanto a ANPR Mulheres tem uma preocupação em especial à necessidade de adotar iniciativas que garantam maior proteção às procuradoras durante a gestação e a lactação, e tornem a promoção na carreira um processo sem tratamento diferenciado.

De acordo com o presidente da ANPR, Ubiratan Cazetta, houve sensibilidade do procurador-geral da República diante dos anseios, o que representa um avanço na política de igualdade de gênero do MPF, que acompanha as mudanças.

“É o começo de um processo. Não é o momento de chegada. Nós estamos no ponto de partida de uma caminhada longa de reconhecimento da diversidade, de como devemos tratar as colegas e reconhecer suas condições dentro de um universo que, ainda, é marcadamente masculino. Democracia, diversidade e direitos humanos são conceitos que você implementa todos os dias”, finalizou.

Também participaram da reunião: Eunice Carvalhido (chefe de gabinete da PGR) e Eliana Torelly (secretária-geral da PGR).

Clique aqui para conferir a Carta na íntegra.

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