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ANPR prestigia lançamento do projeto da ESMPU pela diversidade nas carreiras do Ministério Público

ANPR prestigia lançamento do projeto da ESMPU pela diversidade nas carreiras do Ministério Público
Mesa de abertura do curso preparatório: Diversidade nas Carreiras de Membros do MPU | Foto: Ascom/ESMPU

A Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) lançou, nesta terça-feira (8), o curso preparatório "ESMPU Plural: Diversidade nas Carreiras de Membros do MPU", que oferece aulas gratuitas a pessoas negras, quilombolas, indígenas e LGBTQIAP+ que desejam ingressar nas carreiras do Ministério Público da União. A solenidade de abertura contou com a presença do presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Ubiratan Cazetta, e da vice-presidente, Luciana Loureiro.

A associação, por meio das Comissões ANPR Raça, Mulheres e Diversidade, é apoiadora de ações intencionadas a assegurar uma composição heterogênea no MPF.

“Queria parabenizar a diretora-geral Raquel Branquinho e equipe pelo compromisso com a pauta da inclusão e da diversidade, que hoje se manifesta na aula inaugural do projeto Plural. E que a Escola permaneça trilhando o bom caminho de capacitação dos membros do MPU nessas temáticas tão necessárias a uma atuação verdadeiramente democrática e socialmente responsável”, desejou Luciana Loureiro, que coordena a ANPR Mulheres.

A diretora-geral da ESMPU, Raquel Branquinho, ao apresentar o projeto, ressaltou que a iniciativa, idealizada no âmbito do MPF, pode ser usada para assegurar a diversidade em outros ramos da instituição.

"Hoje, o curso tem em foco o 31° concurso do Ministério Público Federal, mas as aulas e materiais que disponibilizamos serão aproveitados para todos os concursos do Ministério Público da União. Obviamente, fazendo adequações curriculares necessárias. Mas o grande trabalho de colocar esse projeto em atividade já está sendo superado com este lançamento. Agradeço ao doutor Ubiratan e à doutora Luciana, entusiastas desse projeto com o apoio que puderam nos dar”, comemorou. 

A subprocuradora-geral da República e coordenadora do Comitê Gestor de Raça e Gênero da Procuradoria-Geral da República (PGR), Denise Vinci Túlio, enalteceu a  importância do trabalho em rede.

"Estou feliz com a sintonia entre o Ministério Público Federal, a nossa estimada ANPR e a ESMPU. Há poucas semanas, a associação promoveu um evento sobre diversidade, e agora a Escola Superior avança nessa temática. Espero que essa sinergia entre as instituições seja vista na prática, para não ficarmos só nas discussões e realmente obtermos resultados práticos".

O diretor-geral adjunto da instituição e orientador pedagógico do curso, Manoel Jorge e Silva Neto, reforçou a necessidade de ações concretas. "Ouviu-se, durante muito tempo, que o Brasil era uma democracia racial. Essa ideia foi forjada como uma espécie de analgésico, destinado a entorpecer as honestas iniciativas dirigidas ao efetivo combate das práticas discriminatórias no Brasil. Instalou-se o discurso para inibir a ação", declarou.

O procurador da República Stanley Valeriano da Silva, um dos orientadores do projeto, detalhou o significado do curso num país ainda marcado por desigualdades.

“O curso plural é incrível, porque é uma forma de resgatar o DNA da identidade brasileira, de trazer a representatividade do simples discurso para ação e unir a prática com a teoria. Tivemos uma iniciativa anterior muito feliz levada a efeito pela ANPR que foi um curso preparatório. Nesses moldes que nós tivemos a alegria de ter a primeira quilombola aprovada no concurso do Ministério Público do Pará”, afirmou ao lembrar a história de Karoline Bezerra Maia, ex-aluna do projeto Identidade - parceria entre a ANPR e a Fundação Pedro Jorge, com o apoio da Educafro.

Para o procurador da República Marco Antônio Delfino de Almeida, projetos como esse da ESMPU possibilitam igualdade de direitos e de oportunidades.

“É uma corrida de obstáculos que existe em relação às pessoas negras, indígenas e LGBTQIAP+ para conseguir ter acesso ao mesmo objetivo que pessoas brancas, que encontram a pista livre. É necessário que essa igualdade material seja proporcionada por outras formas, para permitir que essa igualdade se manifeste. Meus agradecimentos à escola, por proporcionar essa via de acesso diferenciado", recordou.

O promotor de Justiça do MPDFT Maurício Saliba ressaltou a relevância da pluralidade no MP. 

"O Ministério Público é uma instituição que eu sempre amei, desde a faculdade, e tem um papel fundamental justamente na construção de uma sociedade plural, então se nós precisamos ser plurais para fora, nós temos que ser plurais dentro também, isso é fundamental", comentou.

Palestra magna

O evento teve como conferencista a doutora em Psicologia Cida Bento, cofundadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) e autora do livro "O Pacto da Branquitude". 

“É um imenso prazer ver 20, 25 anos depois, esse tipo de iniciativa dentro das instituições. Estar aqui e fazer parte dessa história é muito especial. Esse tipo de debate, dentro das instituições, faz muita diferença na vida da população brasileira e no fortalecimento da democracia”, celebrou a especialista. 

 

Sobre o curso

Com 350 horas de videoaulas, o ESMPU Plural será disponibilizado progressivamente a partir de 14 de abril na plataforma Moodle. A iniciativa reforça o compromisso do MPU com a inclusão e a representatividade, abrindo caminho para um futuro mais diverso na instituição.

 

Acesse na íntegra o lançamento.

 

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