Quais as características do assédio contra a mulher no ambiente de trabalho? Os mecanismos de proteção e assistência às vítimas são eficazes? Como a questão do assédio é tratada dentro do MPF? Essas e outras questões são abordadas no artigo de autoria da procuradora da República Helen Ribeiro Abreu (PRM-Passos) e de Maraisa Gardinali, publicado na Revista Omnes.
Por meio de estudo, as autoras identificaram que os casos de assédios sofridos por mulheres nos ambientes de trabalho são situações que se prolongam por muito tempo devido às dificuldades em denunciar o agressor. “A denúncia implicaria no risco da perda do emprego e também na vitimização secundária. Com isso, os constrangimentos e as humilhações persistem, acarretando traumas psicológicos graves”, avaliam.
No artigo, elas chamam atenção para as “cifras negras” relacionadas ao assédio sexual, quando as vítimas deixam de denunciar seus agressores por descrença no sistema penal, pela impunidade que deixa a vítima exposta e vulnerável, ou medo de vingança. Elas explicam que quando o agressor ocupa cargo superior ao da vítima, ela acaba, muitas vezes, suportando a violência por medo do desemprego.
“A vitimização secundária aliada à impunidade do agressor colabora com a perpetuação do comportamento machista e violento que anula direitos humanos básicos como o de viver sem violência e impede às mulheres de participarem livremente do mercado de trabalho”, ressaltam.
Confira íntegra do artigo.