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As flores de maio contra a violência doméstica

As flores de maio contra a violência doméstica

Cerca de trinta voluntárias e voluntários de diferentes áreas profissionais fizeram a diferença para 300 mulheres do Distrito Federal nos últimos dois anos. Reunidos pela Fundação Pedro Jorge (FPJ), os colaboradores do projeto Flor de Maio atuam, desde 2017, para garantir os direitos de mulheres que sofrem violência em ambiente doméstico. O nome da iniciativa é uma homenagem à falecida avó da coordenadora-geral da FPJ, e idealizadora do projeto, Nara Maubrigades — ela tinha por costume cultivar flores de maio.

O objetivo da iniciativa é prestar assistência judiciária gratuita às mulheres que são vítimas ou que estejam em situação de risco de violência doméstica, por exemplo durante processos de divórcio e de guarda dos filhos, bem como patrocinar ações processuais.

Além da questão jurídica, Nara destaca a necessidade de diversificar a troca de experiências entre vítimas de violência doméstica: “Com um banco de voluntárias de mais de 30 profissionais, entre advogados(as), psicólogas e estagiários(as) de direito, o projeto tem organizado rodas de conversas mensais para promover discussões e reflexões sobre comportamentos e relacionamentos abusivos, masculinidade tóxica, violência contra a mulher e empoderamento feminino. Os encontros, que antes contavam apenas com mulheres, agora também recebem a interação de homens, demonstrando o quanto é importante o papel deles no combate à violência de gênero”.

O projeto, iniciado na Cidade Estrutural, é conduzido em polos de apoio situados em locais de vulnerabilidade e com alta incidência de crimes de gênero. Hoje, o atendimento foi expandido para outras regiões administrativas do Distrito Federal. Fora as consultorias, o Flor de Maio organizou rodas de conversa em órgãos públicos, como a Procuradoria-Geral da República, em empresas e em instituições de ensino superior, entre outros.

Para celebrar o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, em 25 de novembro, o Flor de Maio lançou a campanha “16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra a Mulher”. A iniciativa deu espaço para 16 mulheres ativistas da causa, entre elas procuradoras da República e advogadas, debaterem temas referentes à violência doméstica.

Nos depoimentos, divididos em 16 vídeos, convidadas falam das experiências e da atuação de cada uma com o tema. “O objetivo da campanha era demonstrar para mulheres que vivenciaram ou vivenciam algum tipo de violência que elas não estão sozinhas e tanto o projeto quanto autoridades dos mais diversos setores estão com elas nesta luta”, explica a advogada. As gravações foram publicadas nas redes sociais da FPJ.

Entre as convidadas, quatro são do MPF: a diretora-geral da FPJ, Michele Rangel de Barros Vollstedt Bastos; a procuradora da República Luciana Loureiro; as subprocuradoras-gerais da República Luiza Frischeisen e Ela Wiecko. A campanha contou ainda com a participação de Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de violência doméstica que dá nome à Lei Maria da Penha (11.340/2006).

Assista ao restante dos vídeos da campanha do ativismo na página da FPJ do Facebook

Planos para 2020

Neste ano, o projeto almeja sua ampliação por meio de importantes parcerias, entre elas, a manutenção do trabalho com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Por meio dele, voluntários do projeto acompanham as vítimas de violência em audiências realizadas no Juizado de Violência Doméstica de São Sebastião. Além disso, a FPJ deve firmar um termo de cooperação com a Secretária de Justiça e Cidadania do Distrito Federal para a oferta de atendimentos jurídicos no programa Pró Vítima em sete polos diferentes.

Para o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, o Flor de Maio está recolhendo peças de roupas e acessórios para organizar um “Bazar Chic”. A arrecadação do evento será destinada à promoção de cursos de capacitação profissional para as assistidas pelo projeto, visando à autonomia financeira da mulher. A data do evento ainda será definida. planeja organizar.

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