Pouco mais de 82% dos membros do Ministério Público Federal de todo o país escolheram Mário Bonsaglia, Luiza Frischeisen e Blal Dalloul para formar a lista tríplice ao cargo de procurador-geral da República (PGR). O resultado foi divulgado nesta terça-feira (18), às 18h35, logo após o término da eleição, promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).
Os nomes mais votados serão encaminhados ao presidente da República, que indicará ao Senado quem deve assumir o posto. O escolhido passará por sabatina na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e, depois, por votação, no plenário da Casa. Caso seja aprovado, será nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro.
O subprocurador-geral da República Mário Bonsaglia foi o mais votado pela carreira, com 478 votos; em seguida, a subprocuradora-geral da República Luiza Frischeisen (423); o terceiro foi o procurador regional da República Blal Dalloul (422). O sistema de votação passou por auditoria com a presença da Comissão Eleitoral e também de representantes dos candidatos, o que garantiu a idoneidade do processo.
A eleição foi realizada nas unidades do Ministério Público Federal em todo o país. Ao todo, 946 membros participaram da eleição, 82,5% da categoria. Cada um pôde votar em até três candidatos. “Apesar de o voto ser facultativo, houve uma intensa mobilização dos membros do Ministério Público Federal no dia de hoje. Numa instituição que tem entre as suas missões fundamentais a defesa do regime democrático, é muito importante a celebração da própria democracia interna. A lista tríplice permite a identificação de três líderes institucionais com capacidade de conduzir a nossa instituição no cumprimento de nossas missões, garantindo, assim, a mobilização de toda a carreira em torno dessas lideranças”, destacou Fábio George Cruz da Nóbrega, presidente da ANPR.
A lista tríplice foi acatada por todos os presidentes da República nos últimos dezesseis anos, tornando-se um costume constitucional. Nesse período, assumiram o posto de PGR membros do MPF, honrando os compromissos com a carreira e com a sociedade, Cláudio Lemos Fonteles, Antônio Fernando Barros e Silva deSouza, Roberto Monteiro Gurgel Santos, Rodrigo Janot Monteiro de Barros e Raquel Elias Ferreira Dodge. Este ano, dez membros do MPF concorreram à lista tríplice para PGR, o maior número desde que a lista passou a ser elaborada no atual formato, em 2003.
Além dos três mais votados, vieram na sequência os procuradores regionais da República Lauro Cardoso (356); Vladimir Aras (346); José Robalinho Cavalcanti (191); e os subprocuradores-gerais da República José Bonifácio Borges de Andrada (154); Nívio de Freitas (127); Antonio Carlos Fonseca (29); e Paulo Eduardo Bueno (20).
Conheça os escolhidos
Mário Bonsaglia – subprocurador-geral da República
Membro do Ministério Público Federal desde 1991. Foi procurador regional eleitoral em São Paulo (2004-2008), integrou o Conselho Nacional do Ministério Público (2009-2013) e o Conselho Superior do MPF (2014-2018), e coordenou a 7ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, responsável pela área do controle externo da atividade policial e do sistema prisional. Desde 2018 integra a 6ª Câmara de Coordenação e Revisão. Foi diretor da ANPR no biênio 1999-2001 e, antes de ingressar no MPF, foi procurador do Estado de São Paulo (1985-1991). É doutor em direito pela Universidade de São Paulo (USP).
Luiza Frischeisen – subprocuradora-geral da República
Tornou-se procuradora da República em 1992. Recebeu o título de mestre em direito em 1999 e concluiu doutorado em direito pela Universidade de São Paulo em 2004. Em 2015, foi promovida ao cargo de subprocuradora-geral da República. Representou o MPU no Conselho Nacional de Justiça entre 2013 e 2015. Foi eleita para o Conselho Superior do Ministério Público Federal (2017/2019) e coordena a 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal.
Blal Dalloul - procurador Regional da República
Atua no Ministério Público Federal há 34 anos. Foi servidor durante onze anos, e, desde junho de 1996, é membro da instituição. Atuou na PRM de Presidente Prudente/SP e na PR/MS. Foi procurador-chefe durante 11 anos e procurador regional eleitoral no biênio 2003/2005. Atuou nas mais diversas áreas, com ênfase em direitos humanos e criminal. Em 2010, tornou-se procurador regional da República, passou pela PRR1, sendo titular de Ofício Criminal. Dalloul foi secretário-geral do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), e, logo depois, assumiu a Secretaria-Geral do MPF/MPU. Em 2017, assumiu o 30º Ofício Criminal da PRR2.