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Como em concurso, 1º colocado não medirá esforços no MP

Nascido em Pernambuco, o procurador da República Antônio Henrique de Amorim Cadete acaba de ingressar no Ministério Público Federal por meio do 86º concurso. O destaque para o novo procurador dá-se pela excelente colocação alcançada no processo seletivo: Cadete foi aprovado em primeiro lugar.

Formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 2007, o procurador da República almejava advogar, mas logo na primeira metade da graduação percebeu que a verdadeira satisfação profissional viria do serviço público. Não demorou muito para que a prerrogativa se confirmasse. Antes da conclusão do curso foi aprovado no concurso da Advocacia-Geral da União, precisando antecipar a colação de grau para tomar posse como procurador federal. “O que me fez não entrar para a magistratura foi o óbice da prática dos três anos, da Emenda 45, por isso optei pela AGU”, lembra.

O empenho em ingressar no Ministério Público surgiu devido à independência constitucional do órgão, o que também despertou em Cadete um interesse maior por Direito Penal . “Sempre fui aficionado por Direito Civil, mas quando comecei a estudar para o MP me despertou uma vontade maior por essa área”, afirma.

A preparação para o concurso não foi fácil, houve uma conciliação entre trabalho e estudo. “Foi extremamente desgastante. Para a 1ª e 2ª fases, consegui tirar férias, mas para a 3ª - a de maior pressão psicológica - tive que organizar meu tempo para estudar”, conta. O esforço valeu a pena. Em sua primeira tentativa de ingresso no MPF, conseguiu a melhor classificação entre os candidatos.

Expectativas - Como procurador da República, ele atuará no Município de Arapiraca, interior de Alagoas, e prospecta uma carreira excelente. “Não existe uma atuação mais empolgante”, comemora. Algumas das prioridades para sua atuação como procurador será o combate à corrupção, como afirmou em seu discurso de posse. Cadete acredita que os novos procuradores devem atuar para impedir este tipo de crime, não apenas na esfera penal, mas também no campo civil, no âmbito da improbidade administrativa. “Os dois campos, tanto o penal, como o da improbidade, é onde quero fazer algo, pelo menos, com impacto regional, já que vou atuar em uma PRM”.

Outro ponto a que Cadete quer se dedicar é em convergir as áreas de atuação e aliar o trabalho que desempenhava na AGU ao que executará no MP. Como procurador federal atuou em ações judiciais, na esfera cível, junto ao INSS, onde identificou muitos casos em que havia algum tipo de crime contra a instituição, caracterizado como estelionato previdenciário. Agora no MPF pretende atuar nesses casos, mas na área criminal. “Sempre quis fazer isso na AGU e não podia, é algo que vou sentir satisfação em fazer”, ressalta.

Os planos do novo procurador da República não se restringem apenas à carreira pública, Cadete quer se dedicar também à vida acadêmica. “Agora que ingressei no MPF quero participar da seleção de mestrado da UFPE em Direito Penal, depois tentar um doutorado fora do Brasil”, afirma. Segundo ele, também há a possibilidade de lecionar nesta área.

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