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Desinformação no processo eleitoral é debatida com delegados

Desinformação no processo eleitoral é debatida com delegados

O processo eleitoral e os riscos que a desinformação causa à democracia foram tema de diálogo nesta quinta-feira (5), último dia da reunião do Colégio de Delegados da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

O presidente da ANPR conduziu o debate, que teve como expositoras a procuradora regional da República, Silvana Batini Cesar Góes, e a jornalista Carolina Brígido. A procuradora observou que o mais grave, hoje, é que a desinformação caracteriza-se não só pelo ataque entre candidatos em disputa nas urnas, mas um ataque à legitimidade das eleições, porque se volta a desacreditar no processo eleitoral.

“Essa é minha angústia. Em 2022, vou chamar essa eleição como a da “angústia”. É como se nós estivéssemos num momento em que não descobrimos a vacina, mas já há uma certa imunização. É um vírus mutante e por isso preocupa. Se pode vir mais forte”, opinou a procuradora.

A jornalista Carolina Brígido, analista política do canal da CNN no Brasil, enfatizou a necessidade de as pessoas e as instituições diferenciarem a desinformação de erros não intencionais por parte dos veículos de comunicação e defendeu que profissionais da imprensa e operadores do Direito estabeleçam um diálogo mais próximo.

“Desinformação combate-se com a informação. Quanto menos interlocução entre os operadores do Direito e a imprensa, maior é o risco de errar. A imprensa e o Ministério Público precisam ter uma parceria mais afinada nesse processo de combate à disseminação falsa”, enfatizou.

Durante a conversa, palestrantes e delegados trataram ainda de aspectos como redes sociais, tramitação de matérias a respeito da temática junto aos tribunais de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), liberdade de expressão e outros.

“Após esse momento importantíssimo de raciocínio de construção coletiva fica o desafio da maturidade, o desafio nosso – Ministério Público, imprensa e sociedade, é de tornar essa relação cada vez mais transparente e de qualificar a informação”, disse o presidente da ANPR, Ubiratan Cazetta, ao encerrar o evento e garantir que a entidade está aberta a esse diálogo em prol da divulgação de informações reais e confiáveis à sociedade.

A reunião do Colégio de Delegados e da diretoria da ANPR começou nessa quarta-feira (4) com representantes de todo o país. Durante dois dias, foram tratados assuntos de interesse da carreira e concernentes ao funcionamento e à estrutura do Ministério Público Federal (MPF). Participaram como convidados, integrantes do gabinete da Procuradoria-Geral da República e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

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