As mulheres correspondem a cerca de 30% do total dos membros ativos do Ministério Público Federal. São 318 mulheres e 767 homens no órgão. Os dados constam do artigo da vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko W. de Castilho, para a Revista Omnes, que aborda o tema igualdade de gênero.
No texto, a vice-PGR revela os resultados de uma pesquisa exploratória que realizou em dezembro de 2015. O objetivo foi identificar as dificuldades vivenciadas pelas mulheres membros e encontrar as razões que levam à sub-representação delas na classe. “A reflexão e o diagnóstico dos obstáculos à igualdade de gênero poderá levar a mudanças importantes na vida institucional”, acredita.
Segundo Ela Wiecko, o número insuficiente de respostas (52 mulheres, 16,45% do total) não permite tirar conclusões válidas sobre os obstáculos existentes, mas possibilita comentários bastante sugestivos para formular hipóteses a serem investigadas.
De acordo com o levantamento, as mulheres da carreira demonstram interesse majoritariamente pela defesa do meio ambiente, dos direitos humanos e na tutela coletiva, a despeito de também haverem registros de preferência pela atuação criminal, improbidade, combate à corrupção e eleitoral.
A pesquisa mostrou que das 318 mulheres que compõem o quadro de membros do MPF quase 80% estão na fase reprodutiva, ocasionando uma alta percentagem de licenças-maternidade e faltas. “Apesar das procuradoras da República estarem exercendo a importante função de reprodução biológica e social elas são vistas como um problema pelos colegas homens, que precisam acumular ofícios”, avalia.
Confira a íntegra do artigo.
Saiba mais - Organizada pela Diretoria Cultural da ANPR, a Revista Omnes aborda a igualdade de gênero. A temática sensível perpassa toda a atuação do Ministério Público Federal tanto na atividade meio quanto na atividade fim. São análises importantes em abordagens distintas que, certamente, levarão o leitor à reflexão.
