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Em evento nos EUA, Deltan Dallagnol alerta que a corrupção é apartidária

 

Nos dias 7 e 8, foi realizada a terceira edição da Brazil Conference, em Boston (EUA). O evento promovido por estudantes das universidades de Harvard e MIT (Massachusetts Institute of Technology) reuniu grandes nomes brasileiros entre políticos, juristas, magistrados, intelectuais, empresários e artistas.

O diretor da Comunicação Social da ANPR, Alan Mansur (PR/PA), e os procuradores da República Deltan Dallagnol (PR/PR) e Luana Vargas Macedo (PR/TO) participaram da conferência. O juiz federal Sérgio Moro e a ex-presidente da República Dilma Rousseff também estiveram presentes.

Na ocasião, foram debatidas, a partir de diferentes perspectivas, soluções práticas para os problemas que o Brasil enfrenta: o combate à corrupção, a reforma da previdência, a crise econômica e o sistema carcerário brasileiro.

O coordenador da Força-Tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, e a procuradora da República Luana Vargas participaram do painel que tratou do combate à corrupção no Brasil. Dallagnol abordou detalhes da Operação. Segundo ele, só na Petrobras, foram identificados desvios de R$ 6,5 bilhões, com danos de cerca de R$ 40 bilhões. “O prejuízo com corrupção é cerca de R$ 200 bilhões por ano. Não importa de você é de direita ou de esquerda, sempre haverá um bom uso para R$ 200 bilhões”, alertou.

O juiz Federal Sérgio Moro falou sobre crimes de abuso de autoridade. Ele argumentou que a lei precisa modernizada, mas não na forma do PL nº 280/2016. “Se for aprovada sem salvaguarda sobre a interpretação, há um risco real à independência da magistratura”, explicou o juiz responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba.

Durante o evento, a ex-senadora Marina Silva (Rede) apoiou a Operação Lava Jato e criticou o PL do Abuso de Autoridade (PL nº 280/2016). “A Lava Jato é a coisa mais importante que está acontecendo em nossa democracia. O trabalho que está sendo feito pelo Ministério Público Federal, Polícia Federal e Justiça é muito significativo. Não podemos concordar com projetos que tentam frear as investigações, como o PL do Abuso de Autoridade”, disse.

Sobre as mudanças que o Brasil atravessa e a importância do Ministério Público Federal, o deputado federal Alessandro Molon (Rede/RJ) ressaltou que “o combate à corrupção tem um efeito essencial na possibilidade de construção de um país mais justo e igualitário”.

O professor e diretor da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getúlio Vargas Joaquim Falcão declarou que a Operação Lava Jato está ganhando reforço institucional. "A Lava Jato não é uma espécie, mas um gênero que está se espalhando pelo Brasil, está se institucionalizando. O aperfeiçoamento institucional ocorrerá, se não for este Congresso, será o próximo", afirmou.

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