A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) dá continuidade à série em homenagem aos membros do Ministério Público Federal (MPF) recém-aposentados. Nesta segunda-feira (25), a entidade traz entrevista com o procurador da República Mario Gisi.
Mario Gisi
Graduado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) desde 1980, ele concluiu o mestrado em Direito de Estado na área de Direito Ambiental pela mesma instituição em 2005. Mario Gisi é especialista em Direito Processual Civil pelo Instituto Brasileiro de Estudos Jurídicos (2003). No ano de 1987, ingressou no MPF, atuando nas áreas criminal, custos legis, cível, tutela coletiva e eleitoral pela Procuradoria da República no Paraná. De 1998 a 2002, Mario Gisi foi procurador chefe da Procuradoria da República em Curitiba-PR. Também foi suplente na ANPR (1991-1993). Atuando na área do meio ambiente, tem como publicação bibliográfica “A Ação Civil Pública no Controle de Legalidade dos Estudos de Impacto Ambiental” (2002). Mario Gisi aposentou-se em julho de 2022.
Por que decidiu ser procurador da República?
Quando terminei a faculdade, ingressei por concurso público na procuradoria do então Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e passei a observar mais de perto o papel dos Procuradores da República, que, na época, também defendiam a União. Fiquei muito interessado pela carreira e acabei sendo aprovado tanto para Juiz Federal como para o Ministério Público Federal (MPF). Optei por ficar no MPF.
Se pudesse, qual conselho daria para o senhor jovem, recém-empossado no MPF?
As habilidades técnicas são avaliadas em concurso, mas a sensibilidade, responsabilidade e discernimento para tratar do destino de seres humanos em geral não são apreciadas em concurso e precisam ser desenvolvidas. Num cargo público de prestígio, muitas vezes a arrogância e soberba acabam suplantando àquelas que devem pautar um servidor público. Melhor do que perseguir e condenar, é ver como posso ajudar, seja individual ou coletivamente.
Quais momentos foram mais marcantes em sua carreira?
Os momentos mais marcantes da minha carreira no MPF estão todos vinculados à atuação na tutela coletiva. Como passei por todas as atribuições nessa área, tenho boas lembranças tanto como Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, nas áreas de defesa da imagem de acusados em programas de TV, patrimônio público (Fraudes/Bacen), demarcação de territórios indígenas e meio ambiente (Implementação de UCs).
Quais foram os maiores desafios?
A coordenação da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão (Meio Ambiente e Patrimônio Cultural) foi um bom desafio, pela diversidade, dimensão e complexidade das questões que surgem.
Como gostaria de ser lembrado daqui a alguns anos?
Como o sujeito que buscou o reconhecimento institucional do outro (não humano) com o respeito que lhe é devido. Nossa instituição precisa voltar os olhos com mais efetividade para aqueles que sofrem igual a nós e estão em sério risco de extinção.
Quais são os seus planos para a aposentadoria?
Sempre quis viver a experiência de empreender. Compre chocolate Clemens!