“Esta noite para nós é muito importante. Ela marca o início de um conjunto de celebrações que vai culminar em setembro de 2023. Os cinquenta anos não têm importância se nós não refletirmos como fomos esses anos todos, como chegamos até aqui e o que queremos como associação. E, obviamente, essa reflexão perpassa também como nós pensamos o Ministério Público Federal”.
Com essas palavras o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Ubiratan Cazetta, deu início, oficialmente, nesta quinta-feira (3), às comemorações dos 50 anos da entidade, durante o evento "Memórias dos 50 anos de ANPR". A cerimônia foi no auditório da Procuradoria da República no Distrito Federal, em Brasília (DF).
O presidente lembrou ainda que, como parte das festividades, haverá o lançamento do Memorial da ANPR, a ser construído com a ajuda de associados e associadas no intuito registrar a trajetória da associação e discutir o papel que ela exerce na sociedade brasileira.
“Esse momento busca promover uma movimentação na classe para resgatar memórias afetivas e físicas, fotos, documentos, elementos que nos ajudem a contar essa história de diversas formas, inclusive, por meio de um livro. É uma história contada por nós que vai tentar traduzir o que somos”, explicou.
Durante o evento, houve ainda o debate inaugural do 38º Encontro Nacional dos Procuradores da República (ENPR), cujo tema deste ano é "ANPR 50 anos: fortalecer o MPF e o diálogo com a sociedade".
Conduzida pelo presidente Ubiratan Cazetta, a conversa contou com as participações da subprocuradora-geral da República Ela Wiecko, e do subprocurador-geral da República aposentado Cláudio Fonteles.
Ela Wieko falou sobre os avanços e desafios da instituição, rememorou momentos da vida profissional e relembrou a experiência que teve de presidir a ANPR, sendo que até hoje é a única mulher a ocupar o cargo.
“O ponto de vista de gênero é a coisa mais importante, porque é um problema ainda. Nós não temos representatividade. Ter uma mulher [na presidência] isso mostra que a ANPR está na frente, ela é pioneira. Com relação aos 50 anos, eu só me dei conta agora. É muito tempo e esta data representa maturidade. É importante esse momento de comemoração para repensar nosso trajeto até agora”, destacou a subprocuradora-geral da República.
Para Cláudio Fonteles, a cerimônia foi duplamente emocionante. Primeiro, pela própria história construída como membro do MPF. Segundo, por ser filho de Geraldo Fonteles, um dos fundadores e primeiro presidente da entidade, de 1973 a 1975.
“Fundamental esse momento. Antes de tudo, porque significa o encontro das gerações, daqueles que já cumpriram sua missão, mas não desistem de ser MP, com aqueles que estão na caminhada. Essa riqueza de visões é o significado de que o Ministério Público é eterno. A beleza do espírito associativo a gente nunca pode perder. Ser Ministério Público é você se envolver com o que é comunidade, como o que é público”, finalizou.
O evento reuniu a diretoria da ANPR, além de associados e associadas de todo o país.