Nesta terça-feira (27), a Comissão de Educação e Cultura do Senado Federal aprovou o projeto de lei nº 3663/2023, que inscreve o nome do procurador da República Pedro Jorge de Melo e Silva no “Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria”. A obra reúne protagonistas da democracia brasileira. O texto de autoria da senadora Teresa Leitão (PT-PE) segue para a apreciação na Câmara dos Deputados.
“Esta iniciativa é de grande importância para a nossa entidade, que nunca deixará este nome ser esquecido, por tudo que Pedro Jorge foi e fez. O reconhecimento do papel histórico de Pedro Jorge, de seu caráter e da forma como se dedicou à sociedade brasileira é um alento para todos aqueles que construíram e constroem o Ministério Público Federal”, destacou o presidente da ANPR, Ubiratan Cazetta.
Pedro Jorge foi assassinado em 1982, aos 35 anos de idade, com três tiros à queima-roupa, ao sair de uma padaria, em Olinda (PE), onde morava com a esposa e duas filhas. O crime ocorreu três meses após ele denunciar o maior esquema de corrupção da época, conhecido como “Escândalo da Mandioca”.
De acordo com o processo, os denunciados se passavam por produtores rurais para obter empréstimos no Banco do Brasil, no município de Floresta, no sertão de Pernambuco. Os recursos eram destinados à plantação de mandioca. Os envolvidos alegavam terem sido prejudicados pela seca e recebiam o seguro agrícola. Calcula-se que se apropriaram aproximadamente de R$ 30 milhões de reais.
O major da PM de Pernambuco José Ferreira dos Anjos foi apontado como o mandante e passou 12 anos foragido. Em 1995, ele foi capturado e condenado a 32 anos de reclusão. Morreu em 2015 de parada cardíaca.
Desde o assassinato, a ANPR empenha esforços para manter viva a imagem do colega de MPF. Um exemplo é o podcast “Morto pela causa” disponível nas principais plataformas de streaming. São seis episódios que contam a atuação de Pedro Jorge à frente do Escândalo da Mandioca, as circunstâncias do homicídio e os reflexos do crime para o país e para o Ministério Público Federal (MPF).
É de iniciativa também da associação a criação da Fundação Pedro Jorge (FPJ) e o monumento de 1,80 metro erguido em frente a sede da Procuradoria da República em Pernambuco (PRPE), no Recife, onde o procurador trabalhava.
“Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria”
A obra, criada em 1992 tem páginas de aço e está instalada no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Para integrar o livro, é preciso ter o nome aprovado pelo Congresso Nacional.
São, até agora, 64 inscritos, sendo 51 homens e 13 mulheres. Há homenageados de várias áreas. Entre eles, militares, escritores, intelectuais, políticos, enfermeiros, inventores, músicos, além de um imperador.
Acesse aqui o podcast da ANPR: “Morto pela Causa”