O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ), lançou o documentário “Para não esquecer: o MPF e a Justiça de Transição”. O curta-metragem é fruto de trechos de entrevistas realizadas para a exposição "Justiça de Transição não é Transação: a brutalidade e o jardim", em exibição no Memorial da Procuradoria da República no Rio de Janeiro, e traz como foco o caso da Guerrilha do Araguaia. O filme traz depoimentos de procuradores e artistas que comentam sobre esse capítulo da história brasileira e relatam a atuação para enfrentar o passado da ditadura. O presidente da ANPR, Ubiratan Cazetta, ex-integrante da Força-Tarefa Araguaia, participou do documentário.
Uma das curadoras da exposição é a procuradora da República Fabiana Schneider.
“Criar meios de memória é uma forma da gente não esquecer”, destacou a procuradora.
O procurador regional da República Marlon Weichert foi um dos pioneiros na investigação de crimes e violações de direitos humanos ocorridos no período e relatou no evento como o MPF começou a atuar no tema da justiça de transição.
“Se eu persevero há 25 anos neste tema, é porque as famílias perseveram desde sempre. É o sofrimento delas, a luta delas e a maturidade política delas que fez com que eu nunca me permitisse desistir de atuar neste tema relacionado à justiça de transição. Porque eles estão desde sempre, desde o dia em que seu ente querido desapareceu, tombou, foi assassinado, foi torturado, eles estão nessa luta, perseverando. E escutaram de governos de diferentes matizes que isso é coisa do passado. Não, isso não é coisa do passado. Só quem tem uma pessoa desaparecida entende o que é essa dor”, afirmou o procurador.
O documentário estreou em 13 de janeiro no Canal do MPF no YouTube, como parte de uma programação dedicada a relembrar os 60 anos do golpe militar, ocorrido em 31 de março de 1964. A TV Cultura selecionou o documentário do MPF para ser exibido no próximo sábado, 30 de março, às 22h30.
Assista ao documentário: