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Revista Época mostra repressão contra religiões africanas no início do século XX

Revista Época mostra repressão estatal contra religões africanas no início do século XX

Jornalistas da revista Época se debruçaram sobre pesquisas que tentavam rastrear a perseguição de pessoas negras por seguirem religiões de matriz africana. Esse trabalho árduo rendeu a vitória na categoria Jornalismo de Web do VIII Prêmio República de Valorização do Ministério Público Federal a Juliana Dal Piva, Nicollas Witzel e Cíntia Cruz.

As pesquisas duraram cerca de seis meses. Os jornalistas recortaram casos de discriminação religiosa em jornais entre 1890 e 1942 período em que, por conta da abolição da escravidão, em 1888, e a proclamação da República, no ano seguinte, havia a promessa de liberdade religiosa a partir da separação de Igreja e Estado. "Pais e mães de santo de todo o Brasil foram presos e acusados de feitiçaria, bruxaria e práticas de magia negra", explica a jornalista Juliana Dal Piva.Pela apuração da revista, a política realizou 155 ações e prendeu 822 pessoas, além de apreender diversos objetos "A repressão abarrotou as delegaciais com objetos sagrados. Eles são guardados até hoje como evidências de crimes", destaca.

Esses objetos ficaram durante muito tempo na reserva técnica da Polícia Civil do Rio de Janeiro, uma pequena construição nos fundos do estacionamento do antigo museu da polícia. Uma atuação do Ministério Público Federal (MPF) fez com que eles começassem a ser transferidos para o Museu da República.

Organizado pela Associação Nacional dos Procuradores da República, o Prêmio República de 2020 contou com 10 categorias voltadas para membros do MPF, advogados, jornalistas e entidades. A ideia é identificar e dar visibilidade à atuação dos membros do MPF, além de reconhecer iniciativas da sociedade civil, da imprensa e de advogados que comungam do mesmo ideal da instituição na luta pelos direitos humanos, cidadania e no combate ao crime.

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