Neste ano, duas mulheres foram agraciadas com o prêmio “Homenagem a Ela”: as subprocuradoras-gerais da República Elizeta Maria de Paiva Ramos e Raquel Elias Ferreira Dodge. Esta categoria do XII Prêmio República – iniciativa da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), reconhece a atuação de membros do Ministério Público Federal (MPF) em luta pela equidade de gênero.
Elizeta Ramos recebeu o troféu das mãos da colega de instituição e amiga, a subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio Marques.
“Eu fiquei muito feliz por ter sido escolhida para entregar o prêmio para a querida Elizeta, que sempre foi um exemplo para mim em todos os sentidos. Não somente pela dedicação e competência reconhecida por todos, mas pelo caráter e, especialmente, pela capacidade que tem de enfrentar o dia a dia com alegria e excelente bom humor. Uma pessoa competente, honesta e de bem com a vida. Agradeço muito à ANPR por essa oportunidade”, declarou.
No palco, a cantora Teresa Lopes, interpretou uma das músicas preferidas da subprocuradora Elizeta, “Reconvexo”, de Maria Bethânia.
Emocionada, a subprocuradora revelou estar surpresa com o momento organizado pela ANPR.
“Nossa! Vocês quase me mataram (risos). A homenagem foi linda, a música com ela cantando, ficou linda. Estou maravilhada. É o reconhecimento mesmo dos colegas”, destacou Elizeta.
Raquel Dodge também recebeu a honraria das mãos de uma amiga, a cantora Daniela Mercury, que surpreendeu os convidados ao interpretar várias canções.
Sobre a ex-procuradora-geral da República, disse testemunhar a rotina interminável e o esforço incansável.
“Ela não parava um segundo. Eu dizia pare de trabalhar um pouco, você trabalha mais do que eu. Eram tantos habeas corpus
que eu não sei como ela dava conta”, contou.
A artista revelou ainda que foi a partir da amizade com Raquel Dodge que se inteirou do papel e da importância do Ministério Público Federal junto à sociedade, bem como do empenho e dedicação daqueles que atuam na instituição em defesa de direitos, num país ainda em busca de igualdade.
“Fazer justiça com amor, seguindo as leis, mas também chamar a atenção para as leis que discriminam e tentar mudá-las. Estar ali para proteger o cidadão, mas principalmente, aqueles que não sabem exigir a própria cidadania. A desigualdade no Brasil é imoral e a justiça verdadeira é uma busca incessante pela igualdade desejada implícita em todas as leis. A justiça veio fazer as leis valerem para todos, para que a vida seja possível, digna e mais suportável para os mais frágeis e pobres. Fazer justiça num mundo injusto é um desafio gigante para todos vocês. Vocês trabalham muito. Eu espero que vocês sejam iluminados, porque o Brasil precisa muito de vocês”, pontuou Daniela Mercury.
"Acho que a homenagem mais importante que eu já recebi em toda a minha vida é esta. Um verdadeiro Oscar para mim", revelou a subprocuradora-geral Raquel Dodge, ao agradecer à associação.
Durante a cerimônia, houve a exibição de vídeos que contaram um pouco da trajetória das homenageadas.