A reportagem "Presídio e Morte”, publicada na Folha de S.Paulo, de autoria dos jornalistas Raquel Lopes e Pedro Ladeira, venceu a categoria Jornalismo Escrito do XII Prêmio República, iniciativa da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). A cerimônia de premiação foi, nesse sábado (23), no Centro Internacional de Convenções, em Brasília (DF).
O material mostra o avanço do Comando Vermelho e o fortalecimento de facções nos presídios.
“Estou muito feliz com a premiação, pois ela ajuda a dar visibilidade a um tema tão urgente e contribui para o debate sobre o sistema prisional no Brasil. Não podemos naturalizar os problemas das prisões no país, e o jornalismo desempenha um papel fundamental para evitar que essa questão seja esquecida. Há pessoas, em sua maioria negros, pobres e com baixa escolaridade, morrendo dentro do sistema prisional por causas evitáveis. A investigação revelou dados inéditos sobre facções e mortes no sistema prisional, após a análise de 200 documentos e 75 pedidos realizados via Lei de Acesso à Informação. Fomos também ao sistema prisional do Maranhão e do Distrito Federal. Precariedade, superlotação, violência, medo, doenças e óbitos compõem as mazelas que afligem os mais de 600 mil indivíduos encarcerados no Brasil”, ressaltou a jornalista Raquel.
“O prêmio da ANPR é de grande importância para a sociedade, reconhecendo e valorizando ações em diversas temáticas. Fico muito honrado e feliz com esse reconhecimento do nosso trabalho em relação às condições degradantes em presídios no Brasil. Esse é um tema urgente, para o qual a sociedade insiste em fechar os olhos. Conhecê-lo a fundo e enfrentá-lo é necessário e fico feliz que nossa matéria tenha contribuído com o debate”, destacou Pedro.
Também foram finalistas nesta categoria as reportagens “A Guerra do Dendê – Mongabay”, de Karla Mendes; e “PCC 30 anos: de sindicato a máfia”, de Alfredo Henrique dos Santos, publicada no portal Metrópoles.
Acesse aqui a reportagem vencedora.